O site da Secretaria Municipal de Saúde informa que há 42 pacientes à espera de UTI nos hospitais de Goiânia nesta segunda-feira. O encargo de encaminhar os doentes para os leitos disponíveis é da prefeitura de Goiânia (em um departamento chamado Regulação).
É um número muito alto. E pior: condizente com a média dos últimos meses.
Na última sexta-feira, a secretária Fátima Mrué acusou hospitais de negarem acesso de 81 pacientes a UTIs ociosas e credenciadas ao SUS só no mês de janeiro, o que é ilegal.
O delegado Thiago Damasceno, da Polícia Civil, investiga um esquema de seleção de pacientes para UTIs que envolveria funcionários da prefeitura. Este esquema teria objetivo de dar prioridade a pacientes mais “lucrativos”.
Dados que estão nas mãos do delegado mostram que em 2016 e 2017 houve, todos os dias, uma quantidade significativa de leitos desocupados enquanto pessoas morriam.
Entre agosto e dezembro de 2016, a média de leitos desocupados por dia foi de 89 UTIs adulto e 32 UTIs neonatal. Entre agosto e dezembro de 2017, a média diária foi de 128 leitos de UTI adulto e 39 leitos de UTI neonatal.