Na entrevista que concedeu ao programa Roda de Entrevista e que foi transmitida ao vivo na noite desta terça-feira pela nova TV Brasil Central (TBC), o prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PTB), afirmou não ter condições de conceder o reajuste reivindicado por professores grevistas da rede de ensino do município.
Naves disse que o gasto da administração com a folha salarial está acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 51% da arrecadação, e que os 2,18% de reposição é o máximo que a prefeitura pode dar no momento. Na entrevista, o prefeito informou que uma comissão formada por técnicos do município e representantes do sindicato da categoria começam a trabalhar amanhã em busca de um consenso.
O prefeito deixou aberta a possibilidade de a procuradoria da cidade requisitar na Justiça que a paralisação dos professores seja considerada ilegal. “Eu respeito a greve, mas tudo que a lei permite nós estamos fazendo. Se é legal, o juiz tem que esclarecer. Se é política, a população tem que avaliar”, disse.
Roberto Naves diz que ao contrário do que acontece na maioria dos municípios, a situação financeira de Anápolis é boa e que existe margem para investimentos. Destacou também a boa vontade do governador José Eliton (PSDB) e do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, para estabelecer parcerias com a prefeitura.
“O problema de Anápolis é que durante décadas não se dialogou com o Estado. Em 2016, por exemplo, a prefeitura recebeu do governo estadual e do federal R$ 7 milhões. Em 2017, nós captamos R$ 50 milhões, fruto de diálogo e de boa convivência”, afirmou o prefeito. “Em 2018, conseguimos só com o ministro Baldy mais de R$ 150 milhões para saneamento”.
Sobre o processo eleitoral, Naves disse que nos últimos meses conversou com pré-candidatos a deputado com o objetivo de afunilar candidaturas e disse que a pulverização de votos entre vários nomes compromete a representatividade política do município há muitos anos. “O que o prefeito podia fazer, eu fiz. Cabe a eles agora sentar e conversar. Com menos candidatura, Anápolis terá mais deputados eleitos”.