segunda-feira , 25 novembro 2024
Goiás

Daniel aposta em intervenção de Brasília na eleição em Goiás, o que nunca aconteceu

Ainda que cada eleição conte uma história diferente, é fato que todas as disputas para governador de Goiás desde 1982 guardam entre si uma semelhança: nunca a intervenção do presidente da República foi decisiva na vitória de um candidato. É este tabu que o deputado federal Daniel Vilela (MDB), de forma inocente, tenta quebrar. 

Daniel acredita que o presidente Michel Temer (MDB) trabalhará para enfraquecer o projeto político do governador José Eliton (PSDB) e para jogar no seu colo partidos que estão coligados ao MDB em Brasília, como o PP do ministro das Cidades, Alexandre Baldy. A chance disto acontecer é remota. 

O padrinho político de José Eliton é o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com quem Temer tem total interesse manter um bom relacionamento. Marconi é o braço direito de Geraldo Alckmin (PSDB) na costura de alianças nos estados e também participa da negociação que pode colocar o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) como vice na chapa do PSDB. Por que o Planalto afrontaria o ex-governador por um colégio eleitoral tão pouco expressivo, do ponto de vista nacional, como o goiano?

No que diz respeito ao PP, Daniel não compreende que este é um partido que só se tornou a segunda maior potência política no País porque os diretórios estaduais têm a absoluta liberdade para construir alianças mais convenientes. Nisto ele se iguala ao próprio MDB, inclusive. O senador Ciro Nogueira falou sério quando disse que caberá ao diretório de Goiás definir os rumos do PP goiano. 

É aí que reside o problema para Daniel. A totalidade dos prefeitos do partido e dos deputados federais defende aliança com José Eliton para eleição deste ano. Há um fato político que pudesse mudar esta situação em tão poucas semanas? Nada, apenas uma hecatombe. Nem se o ministro Baldy quisesse (e ele não quer) o PP vai caminhar com o MDB. É ponto pacífico. Não à toa o partido já indicou Cleomar Dutra para presidência da Agência Goiana de Habitação.  

É claro que qualquer político que estivesse no lugar de Daniel faria o mesmo no lugar dele, ou seja: apelar ao presidente e até ao Papa, se fosse do partido dele, para viabilizar uma candidatura diferente. Mas deveria saber que este é um cenário improvável. Se o êxito da postulação depender disso, o deputado está em maus lençóis. 

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