A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) mal esperou o último foco de incêndio no Centro de Internação Provisória, em Goiânia, ser debelado nesta sexta-feira para enviar um representante que, com cenho franzido, prometeu exigir do governo a interdição do local. O advogado Gilles Gomes disse ainda que é “um absurdo” o fato de o local estar funcionando nas atuais condições.
Na entrevista que deu à TV Anhanguera, Gilles afirmou que desde 2013 a Defensoria Pública alerta para deficiências estruturais no local. A pergunta é: se a OAB sabia dos problemas há cinco anos, porque só agora se arvora no discurso de defesa da população? Será porque está interessada nos holofotes?
Fazer proselitismo com tragédia é um ato lamentável, mas não inédito na atual gestão da OAB. Foi exatamente desta forma que a entidade agiu quando estourou a rebelião na penitenciária Odenir Guimarães, no começo. A propósito, este é um assunto sobre o qual nenhum advogado da Ordem se debruça mais, já que o interesse da imprensa esmaeceu.