Texto publicado no site GBrasil (clique aqui para acessar)
Perto de completar 1 ano e meio de mandato, o prefeito Iris Rezende (MDB) pouco conseguiu avançar na prefeitura de Goiânia. O prefeito justifica a inércia de sua administração com fatores alheios à sua competência gerencial (ou como dizia o escritor Jean-Paul Sartre: o inferno são os outros). Diz que o alto valor gasto com aposentados/inativos e a herança deixada pelo ex-prefeito Paulo Garcia (que está morto e não pode se defender) deixaram o município falido. Mas será que está mesmo?
A prefeitura dá reiterados motivos para que a população duvide desta propalada situação falimentar. Os últimos três pregões da secretaria municipal de Educação, por exemplo, são para contratação de palco, som, serviço de buffet e para aquisição de quase 9 mil flores para arranjos, ao custo estimado de R$ 8 milhões no total. A construção de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) custa cerca de R$ 1,5 milhão.
Já os aditivos recém-assinados pela Secretaria Municipal de Comunicação estão onerando os cofres públicos em aproximadamente R$ 24 milhões. O próprio prefeito reconheceu a exorbitância deste valor na prestação de contas que fez à Câmara na última segunda. Iris culpou o seu ex-secretário de Comunicação Luiz Felipe Gabriel pelo exagero, apesar de dizer que nem uma aspirina é adquirida na prefeitura sem que ele autorize.
Nesta rubrica estão os quase meio milhão de reais “investidos” em peças publicitárias estreladas pela atriz Gabriela Abreu em Cais e Ciams de Goiânia. A moça diz que o atendimento na rede municipal de Saúde hoje é de primeiro mundo, ainda que toda a população diga o contrário.
Os indícios sugerem que a prefeitura não está na bancarrota, mas sim em um processo de revisão de prioridades. A meta é salvar a imagem arranhadíssima de Iris e viabilizar a eleição daqueles candidatos que dependem da estrutura da prefeitura para alcançar êxito neste ano. Ocorre que em vez de se reconciliar com a população pela via correta, que é melhorando a oferta de serviços públicos, o prefeito optou pelo caminho mais curto: propaganda e publicidade em massa.
O problema é que pagar cachês para atrizes bonitas não mitiga o problema da superlotação nos Cais, que sofrem também com a falta de insumos básicos como algodão e seringa. Tampouco melhora a qualidade do transporte coletivo ou contribui para redução do déficit de vagas nos CMEIs.