O PTB de Goiás começou a emitir sinais de que pode mudar de rota e abandonar o barco da base aliada. O comando do partido quer radicalizar posição em torno da pré-candidatura do procurador de Justiça e ex-senador Demóstenes Torres ao Senado, que passou a ser hostilizado pela senadora Lúcia Vânia (PSB) devido a ampliação de apoio de deputados e prefeitos e ao crescimento nas pesquisas.
“O PTB não é partido de fundo de quintal e não pode ter tratamento de segunda classe”, reclama um deputado do partido, que avisa que a legenda não vai levar os desaforos se Lúcia Vânia para casa. “A senadora é rejeitada pela base e acha que ainda vive nos tempos da ditadura militar”, assinala.
Os petebistas consideram que têm cacife suficiente para garantir a segunda vaga de senador na chapa governista. Sublinham que o poder de fogo da legenda não pode ser ignorado: tem tempo considerável no horário de propaganda política no rádio e na televisão e é estruturado em praticamente todos os municípios de Goiás.
O presidente estadual a sigla, deputado federal Jovair Arantes, é líder da bancada petebista na Câmara dos Deputados. A bancada na Assembleia Legislativa conta com 4 deputados e elegeu um time expressivo de prefeitos, entre os quais citam Roberto Naves (Anápolis), Zé Antônio (Itumbiara) e Hildo do Candango (Águas Lindas).
E mais: lembram a fidelidade histórica ao ex-governador Marconi Perillo, registram que a legenda jamais fez chantagem política para barganhas políticas e foi a primeira a declarar apoio à reeleição do governador José Eliton num grande evento realizado abril em Itumbiara.
Se todo esse capital político não é suficiente para assegurar a candidatura de Demóstenes, os petebistas dizem que o melhor então é proclamar independência, procurar novos rumos e fazer alianças políticas que valorizem a legenda.