A missão de presidir o PP de Goiás num momento em que o partido sofre todo tipo de pressão mostrou que o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, é um articulador com habilidade rara. Nas mãos de qualquer outro, o PP já teria virado uma bomba-relógio.
A legenda reúne ingredientes explosivos. De um lado, o presidente Michel Temer (MDB) força a barra para que o PP apoie o MDB na eleição para governador. De outro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), insiste para que a legenda caminhe com Ronaldo Caiado (DEM). E existe ainda a esmagadora maioria dos líderes da sigla no interior que prefere continuar com o governador José Eliton (PSDB) – bem como seus três deputados federais.
Apesar deste cenário propício a um embate autofágico, o PP se preserva compacto, coeso e organizado. Se há roupa suja, está sendo lavada internamente. Ao público não chegam notícias sobre eventuais desentendimentos entre aqueles que defendem a continuidade na base aliada ou uma aliança com Daniel, por exemplo.
Este clima de paz se deve à boa condução de Baldy, um político que a despeito dos 37 anos demonstra ser precocemente maduro. Sentado em um barril de pólvora, mantém a calma, administra a pressão, dialoga com todos e divide tarefas. O ministro não só pacifica o PP como garante que o processo de tomada de decisões seja democrático, o que há até pouco tempo não acontecia.