Em que pese a tentativa de se colocar degraus acima dos adversários no debate sobre moral e honestidade, o senador Ronaldo Caiado (DEM) passou os últimos meses de pré-campanha fugindo de perguntas que colocam em xeque a sua reputação.
O jornal Opção desta semana listou seis questionamentos que Caiado tem de responder. Confira:
1 — O prefeito de Catalão, Adib Elias (MDB), afirma que Maguito Vilela mandava buscá-lo de “velocípede” e que Caiado o trata melhor, pois manda buscá-lo de avião. Por que razão manda buscar o prefeito de Catalão?
2 — Quem paga as viagens de avião de Adib Elias? É o senador? Quanto já gastou até hoje?
3 — De quem é o avião que transporta o felicíssimo Adib? É de Caiado? É de políticos, como Wilder Morais e José Nelto (que tem um avião em sociedade com o prefeito de Goianira, o tucano Carlão da Fox), ou de empresários?
4 — Vai declarar o que em Catalão os tucanos e emedebistas chamam de “Custo Adib” em sua prestação de contas eleitorais?
5 — Como se considera um político justo e equilibrado, Caiado tem o dever de examinar a gestão do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), que ajudou a eleger, em 2016. Se Caiado não avaliar a gestão de Iris — e, sim, até mesmo para defendê-la —, os eleitores de Goiânia certamente concluirão que as críticas que faz ao governo do Estado são meramente políticas e eleitoreiras, quer dizer, suas preocupações com os indivíduos seriam genuínas. Vai dizer algo?
6 — Como tem dito o vereador Jorge Kajuru (PRP), inclusive em entrevista a programa de televisão, Caiado até agora não explicou por que, na campanha de 2014, recebeu dinheiro das empreiteiras OAS e Odebrecht para sua campanha a senador. O senador pode argumentar que se trata de recursos financeiros enviados pelo Diretório Nacional do DEM. O que é fato. Mas por que aceitou o dinheiro, considerando que é um dos apoiadores da Operação Lava Jato? Não se sabe.
Há outra informação que só Caiado pode esclarecer. A mulher de um dos sócios da OAS repassou dinheiro diretamente para a campanha do senador, em 2014, sem intermediação do Diretório Nacional do DEM. Por que Maria Paula Lanat Suarez, empresária da Bahia, “decidiu investir quase meio milhão de reais na campanha de um político de Goiás?
Já na campanha de 2010, quando foi eleito deputado federal, Caiado recebeu dinheiro do empresário Natalino Bertin, na época sócio de José Carlos Bumlai, o ex-primeiro amigo de Lula da Silva.
O repórter Robson Bonin publicou, na “Veja”, que o Grupo Bertin repassou, por intermédio das empresas Macleny Distribuidora e Orchiade, 500 mil reais para a campanha de Ronaldo Caiado em 2010. O senador explicou à revista que recebeu “apenas” 200 mil reais. Por que o então deputado federal do DEM não recusou a doação do frigorífico (ele, por sinal, notabilizou-se como crítico da cartelização dos frigoríficos)? A nota enviada pelo político goiano à publicação do Grupo Abril não explicita nada além do fato de que recebeu dinheiro, mas não o valor de meio milhão de reais”.
O que Caiado tem a dizer?