O que a reforma da previdência municipal recém-imposta goela abaixo pela prefeitura de Goiânia aos servidores públicos tem a ver com a eleição para governador?
Pode ter tudo a ver e é bom o funcionário do Estado ficar de olho.
O mentor do projeto que foi aprovado à fórceps na Câmara de Vereadores é Silvio Fernandes, amigo do senador Ronaldo Caiado, filiado ao DEM e presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPSM).
Silvio exigiu que no projeto constasse a cláusula que aumentou a contribuição obrigatória do servidor para o fundo do IPSM de 11% para 14% dos seus salários, o que gerou uma gritaria geral.
Além de penalizar os servidores – que terão de arcar com um rombo previdenciário pelo qual eles não são culpados, Silvio ganhou mídia porque gravou um áudio agradecendo empresários pelo “empenho” para aprovar a reforma.
Que tipo de “empenho” estes empresários deram aos vereadores que ratificaram o texto, a pedido de Silvio? E quem são os vereadores “malandros” que, conforme Silvio disse no áudio, votaram contra para ficar ao lado do povo?
O desgaste foi tão grande que Silvio (também suplente de vereador) recusou-se a assumir mandato quando o titular do mandato se licenciou há algumas semanas. Ficou com medo da surra verbal que levaria.
Este pode ter sido o último ato de Silvio Fernandes antes de assumir uma secretaria importante no governo estadual. Ele é um dos braços direitos de Caiado e nome certo para compor um eventual governo do DEM.
Isto pode ser uma sinalização de que o funcionalismo estadual pode sofrer arrocho semelhante ao que sofreu o servidor municipal pelas mãos duras se Silvio Fernandes. Receio em massacrar ele não tem.