Quem frequenta o circuito Câmara de Goiânia–Paço Municipal é testemunha. O prefeito Iris Rezende (MDB) está tiririca da vida com o trio que assumiu a interlocução entre Executivo e Legislativo: os vereadores Andrey Azeredo (MDB), Carlin Café (PPS ) e Tiãozinho Porto (PROS) não conseguem mais reverter o clima de hostilidade que eles mesmos criaram entre os vereadores e o prefeito, e inviabilizaram as chances de Iris de eleger um aliado presidente da Câmara.
Iris escalou o ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) Paulo Ortegal, seu atual chefe de gabinete, para a missão de apaziguar os ânimos entre a Câmara e o Paço, mas o aliado tem dito a interlocutores que o caldo entornou. É o resultado de uma mistura bombástica: o personalismo de Andrey na Presidência da Câmara, a truculência de Tiãozinho Porto na condução da pauta governista como líder do prefeito e, no meio disso tudo, a rede de intrigas criada por Carlin Café.
O clima de desconfiança e tensão favorece o avanço do Grupo dos 21, que articula uma candidatura a presidente capaz de quebrar esse círculo vicioso de relacionamento político que tirou a autonomia da Câmara de Goiânia e transformou a Casa numa espécie de Secretaria Extraordinária do Paço Municipal. Nem o senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) quer colocar a mão nesse vespeiro. Aliados do demista disseram ao Giro desta segunda-feira que o demista não tem a menor intenção de interferir na disputa pelo comando do Legislativo.