No encontro que teve nesta sexta-feira (11) com Ronaldo Caiado (DEM), a direção da Adial Goiás pressionou o governador a desistir do pedido de adesão ao chamado Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Os empresários José Alves e Otávio Lage de Siqueira Filho alertaram Caiado para a reação do setor produtivo à medida, que fere de morte os incentivos fiscais do programa Produzir/Fomentar.
Os diretores da Adial disseram que as consequências da RRF para a economia goiana são imprevisíveis, direta e indiretamente, e que ele deve “refletir melhor” antes de dar prosseguimento ao pedido de intervenção federal nas contas públicas estaduais. Relataram que o clima atual, como resultado da revisão dos incentivos que vai injetar R$ 1 bilhão nos cofres do Tesouro Estadual, já é “péssimo” entre o empresariado.
A RRF é uma espécie de buraco negro tributário: obriga o Estado a esgotar todas as possibilidades de aumentar a arrecadação, revendo despesas, investimentos, aumentos, benefícios sociais e trabalhistas e incentivos fiscais para forçar o crescimento da arrecadação. No Rio de Janeiro, a experiência da RRF é considerada desastrosa mesmo diante do colapso das contas públicas como resultado da irresponsabilidade fiscal e da gestão corrupta de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, ambos presos.
É preciso lembrar que a situação de Goiás é bem diferente, mas a cruzada de ódio de Caiado contra o legado do ex-governador Marconi Perillo não tira o governador do retrovisor. Ele prefere transformar o Estado em um Rio de Janeiro em vez de assumir suas responsabilidades e olhar para o futuro.