Com duas horas de atraso, começou por volta de 11h10 deste sábado a tão esperada live nas redes sociais do governador Caiado. Toda a balbúrdia também foi transmitida ao vivo pela TBC. Acompanhado por técnicos da Segplan e Sefaz e vestindo uma camisa na cor “azul Perillo”, Caiado se esforçou para justificar o calote de dezembro no funcionalismo público. A estratégia mais usada foi mostrar um monte de planilhas, com números estratosféricos que supostamente mostrariam o caos financeiro de Goiás, que, por incrível que pareça, não é chancelado pelo governo federal, que não enquadro nosso Estado no Regime de Recuperação Fiscal.
A cantilena de Caiado é que a administração passada não empenhou totalmente a folha de dezembro e agora há outras prioridades, como saúde, educação e segurança. A partir da semana que vem, o governo começa a pagar o salário de janeiro, garantiu Caiado. Ao passo que tentava explicar o calote, Caiado era bombardeado por comentários de servidores, em seu Facebook. As planilhas e o vocabulário rebuscado não convenceram os trabalhadores, que precisam pagar suas contas atrasadas.
A live caiadista ainda foi “interrompida” por um flash link, ao vivo, direto do Hospital Materno Infantil. Um repórter ficou entrevistando criancinhas doentes e mães abatidas e insuflando os mesmos a falar mal da estrutura da unidade de saúde. Depois, Caiado reforçou que sua prioridade é “salvar vidas”. Assim, ficou claro o plano bolado pelo governador e sua equipe de comunicação. Mostrar um “caos” na saúde, como se crianças estivessem morrendo por falta de atendimento, na tentativa de sensibilizar os servidores com salários atrasados, fazendo com que esses entendam que a prioridade é investir na saúde e o salário atrasado pode esperar mais alguns meses.
No final da transmissão, já cansado, Caiado estava confuso e ficava perguntando aos técnicos o que era isso e aquilo e confundiu todo com as planilhas que exibia para a imprensa. Na hora de encerrar, confessou que sua equipe já havia chamado sua atenção de que ele “estaria falando demais”.
O que era verdade!