Virou rotina na gestão Ronaldo Caiado (DEM): diariamente, as fake news do governador e de seus auxiliares sobre terra arrasada nas contas públicas estaduais é desmentida pelos números. Nesta sexta-feira (26), o ex-presidente do Ipasgo José Carlos Siqueira divulgou nota demolidora sobre a real situação do instituto, na qual desmonta o falatório irresponsável do novo presidente, Sílvio Fernandes.
A nota de José Carlos mostra que o novo presidente do Ipasgo não sabe nada vezes nada sobre o funcionamento do instituto, nem mesmo a legislação que rege o cronograma de pagamentos dos prestadores de serviços. Afirma o ex-presidente do Ipasgo: “Por força de contrato legal, os prestadores do Ipasgo recebem dois meses após os serviços prestados aos usuários e faturados para o Instituto. Portanto, os valores devidos em novembro devem ser pagos neste mês de janeiro. Os de dezembro, em fevereiro próximo”.
José Carlos prossegue: “O presidente do Ipasgo afirma na reportagem que ainda analisa como irá pagar as despesas de novembro com os prestadores de serviço. Só não deixa claro que a receita de janeiro do Instituto permite arcar com estas obrigações”. Ao finalizar a nota, o ex-presidente do Ipasgo define bem o objetivo do comportamento condenável de Fernandes: “confundir e gerar apreensão e medo”.
A nota de José Carlos Siqueira é uma baita surra administrativa no novo presidente do Ipasgo. Vale a pena ler o texto na íntegra, por isso publicamos a íntegra abaixo. É de passar vergonha em Silvio Fernandes.
NOTA PARA A IMPRENSA
Sobre a reportagem “Estado atrasa R$ 272 milhões em repasses ao Ipasgo”, publicada nesta sexta-feira (25/01) no jornal O POPULAR, considero ser necessário fazer os seguintes esclarecimentos:
Quando o atual presidente do Ipasgo evidencia que, se nada for feito, o Instituto poderá ter um déficit de R$ 126 milhões em 2019, sabe-se que em março são realizadas a revisão das contribuições dos usuários do sistema de saúde do Ipasgo, o que aumentará a sua arrecadação, a depender dos porcentuais a serem aplicados.
Quando o presidente do Ipasgo coloca em evidência dívidas com a rede credenciada, de setembro a outubro, no valor de R$ 122,9 milhões, não deixa claro para a reportagem que recebeu em 2 de janeiro R$ 78,9 milhões em caixa, além de um crédito superior a R$ 40 milhões da folha de pagamento de novembro, cujo recolhimento ao Ipasgo é obrigatória neste mês de janeiro, e mais R$ 16 milhões numa conta do Ipasgo no Banco do Brasil para a conclusão do Hospital do Servidor e outras despesas.
Por força de contrato legal, os prestadores do Ipasgo recebem dois meses após os serviços prestados aos usuários e faturados para o Instituto. Portanto, os valores devidos em novembro devem ser pagos neste mês de janeiro. Os de dezembro, em fevereiro próximo. O presidente do Ipasgo afirma na reportagem que ainda analisa como irá pagar as despesas de novembro com os prestadores de serviço. Só não deixa claro que a receita de janeiro do Instituto permite arcar com estas obrigações.
Quanto às dívidas do Estado com o Ipasgo, referentes aos programas sociais, citadas na reportagem, apenas a relativa ao atendimento de pacientes radioacidentados é efetiva e deve ser paga pela Secretaria Estadual da Saúde. Convém lembrar também que uma emenda à Constituição Estadual, de 1997, isentou os aposentados do Estado do pagamento de contribuição ao Ipasgo, sem transferir para o Tesouro estadual esta obrigação.
Esclareço tais fatos para afirmar que o Ipasgo é viável administrativamente e financeiramente com uma boa gestão. Mas, como qualquer outro plano de saúde ou sistema equivalente no Brasil, necessita o reequilíbrio do valor das contribuições dos usuários, considerando o custo dos serviços prestados pelo Instituto. Enfatizo ainda que o Ipasgo, por sua natureza e missão, não visa lucro.
O cenário administrativo goiano vive momentos em que declarações têm visado mais confundir a sociedade, gerando clima de apreensão e medo, do que esclarecer a real situação do Estado. A população goiana não merece que suas autoridades gerem preocupações e alarmismos desnecessários. Merece e precisa que as mesmas se preocupem em gerir bem o Estado, como foco no bem comum.
José Carlos Siqueira
Ex-presidente do Ipasgo