sexta-feira , 26 abril 2024
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Exclusivo: reitoria da Universidade Estadual da Paraíba emite nota em apoio à comunidade acadêmica da UEG

O grande líder mundial Nelson Mandela já dizia que “a educação é a arma mais valiosa que você pode usar para mudar o mundo”. Curiosamente, o Brasil tem visto que a educação, para grande parte da classe política, é uma inimiga a ser combatida. Querem a educação tutelada, relegada a plano de menor importância. Portanto, longe de ser prioridade, porque uma sociedade com educação reivindica, tem pensamento crítico e é mobilizada na luta por mudanças e defesa de direitos.

As Instituições de Ensino Superior (IES) públicas brasileiras vêm sentindo o peso da perseguição e do incansável trabalho de governos para sucateá-las, especialmente as universidades estaduais e municipais do País. É o que vem acontecendo, mais recentemente, com a Universidade Estadual de Goiás (UEG). Talvez por não entender a importância de uma educação pública, gratuita e de qualidade, o Governo do Estado de Goiás está agindo para o desmonte da UEG.

Solidária à Reitoria da UEG, a Administração Central da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) vem a público manifestar seu protesto às medidas adotadas pelo Governo do Estado de Goiás, que penalizam a comunidade acadêmica da Instituição, com ações que atentam contra a UEG e mais recentemente visam macular a idoneidade de seus gestores.

Ignorar que a UEG – com mais de 26 mil estudantes distribuídos em 158 cursos de graduação, 14 mestrados, dois doutorados e 78 cursos de especialização – é o espaço em que milhares de pessoas conseguiram mudar suas vidas é atentar contra a democracia e contra as oportunidades de desenvolvimento da sociedade, que encontra na Universidade Estadual de Goiás a chance de se qualificar em uma profissão e, com isso, além de melhorar sua vida, contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás.

A mais nova redução orçamentária de 30% imposta pelo Governo do Estado à UEG, no início do ano, fere sua autonomia (conquistada através da Lei 18.971/2015, que estabelece, conforme o Art. 158 da Constituição do Estado de Goiás, a destinação de 2% da receita de impostos, incluída a proveniente de transferências, para a Instituição), inviabilizando investimentos e o cumprimento total de pagamento das suas despesas, já responsavelmente planejados anteriormente. Portanto, não se trata de má gestão ou de ilegalidades administrativas, mas sim de uma ação externa, deliberada pelo sucateamento de um dos seus mais importantes patrimônios.

Não bastasse isso, vimos com bastante preocupação, também, as ações realizadas no sentido de lançar publicamente insinuações sobre a condução ética da gestão universitária da UEG, como as diligências feitas e publicizadas, sem qualquer justificativa, pela Controladoria Geral do Estado (CGE), transparecendo a intenção de macular a imagem da Instituição e dos seus gestores.

Como instituição pública de ensino superior, a UEPB manifesta seu total apoio à Reitoria da UEG e defende que é preciso os gestores políticos compreenderem que a destinação de recursos para a Educação é um investimento, especialmente porque, ao reduzir as despesas nesse setor está se alargando o caminho para o aumento da pobreza, do desemprego e do abismo social que retira do cidadão sua dignidade e o coloca em situação de vulnerabilidade.

Uma sociedade sem Educação de qualidade está sentenciada ao fracasso. A luta das IES brasileiras deveria ser focada hoje em seu desenvolvimento e fortalecimento, sua expansão em qualidade e abrangência. Todavia, a falta de sensibilidade de muitos governantes do País e o objetivo de castrar o potencial intelectual da sociedade, através do sucateamento das universidades públicas, fazem com que as instituições travem uma guerra constante por sua sobrevivência.

Mas aqueles que apostam na derrota do ensino superior brasileiro não conhecem a força da resistência social e cidadã. A comunidade universitária de todo o País está unida na defesa da educação superior e não sucumbirá. Estamos construindo um futuro melhor para todas as pessoas.

Antonio Guedes Rangel Junior
Reitor da UEPB