Sob o alarde de que vai transformar Goiânia em um canteiro de obras (eleitoreiras), a gestão do prefeito Iris Rezende (MDB) encobre, pelo menos por ora, uma verdade inconveniente.
Nenhum ou quase nenhum dos projetos propagandeados pelo prefeito é de autoria da atual gestão. São cópias de iniciativas de administrações passadas, a sua maioria do PT.
É o caso da revitalização do conjunto arquitetônico da Estação Ferroviária e da Praça do Trabalhador, concebidos na gestão Paulo Garcia (PT, 2010-2016). Também é do último prefeito petista a obra do BRT Norte-Sul.
Já o ex-prefeito Pedro Wilson (2001-2004) é autor de outra obra de destaque da gestão irista: a conclusão da construção da Avenida Leste-Oeste, no leito da estrada de ferro da capital. O projeto ambiental do manancial Macambira-Anicuns, que Iris deve retomar também é legado de Pedro Wilson.
Até mesmo a operação de crédito de R$ 780 milhões para recuperar vias urbanas não é iniciativa de Iris. O prefeito atual apenas trocou de banco: optou pela Caixa, quando a proposta original, de Paulo Garcia, era o Banco Andino.
As obras de prolongamento da Marginal Botafogo, que devem ganhar um viaduto no cruzamento com as avenidas Jamel Cecílio e Couto Magalhães, no setor Pedro Ludovico, foram pensadas na gestão de Darci Accorsi (1993-1996), quando ele ainda estava no PT.
Paulo Garcia e Darci Accorsi já fizeram a passagem e não estão mais neste mundo para reclamar a paternidade de suas obras. Pedro Wilson segue militando nas fileiras petistas, mas dificilmente se dará ao trabalho de confrontar Iris, sempre truculento em suas reações. Nem mesmo o PT, combalido pelos escândalos de corrupção, deve topar a empreitada do contraponto.