O secretário-geral da Governadoria, Adriano Rocha Lima, foi escalado para rebater as declarações do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, durante live realizada na tarde da última segunda-feira, 29, após o anúncio do novo decreto estadual na tentativa de conter a disseminação da Covid-19 em Goiás.
Para Lima, Mabel “é um cara egoísta, egocêntrico, que pensa só no negócio dele”. A fala veio depois que Mabel se colocou contra as ações que visam o combate ao coronavírus. “As medidas que foram tomadas pelo Governo de Goiás levam em conta a economia e a crise sanitária. Por isso, a nossa proposta é ficar aberto 50% e fechado na outra metade. Estamos fazendo um equilíbrio. O equilibro dele é abrir tudo e que se dane o número de mortes” afirma.
Para Adriano, Mabel só pensa no lucro sem se importar com os trabalhadores. “Se continuar funcionando e vendendo, estão cumprindo o objetivo”, pontua.
O secretário ainda rebateu a fala do presidente Federação que acusou falta de espaço na discussão com o setor produtivo, e afirmou que o representante do Fórum Empresarial, indicado em ofício, seria o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiochi. Segundo Adriano, ele foi chamado pelo governador durante a videoconferência realizada na manhã da última segunda mas não esteve presente, assim como o presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresárias e Agropecuárias, Ubiratam da Silva.
Já o presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e integrante do Fórum, Otávio Lage, comentou sobre as deliberações. “Ele falou apoiando o governo, o que irritou o Fórum. Foram dadas as oportunidades de eles falarem. Essa fala do Sandro vem porque ele ficou sem argumentos. Ele não pensa em ninguém, nas mortes que aconteceram”, sublinhou o secretário-chefe.
Segundo Rocha Lima, Mabel estava com esperança de abrir mais segmentos e foi contrariado com um estudo contundente de Universidade Federal de Goiás (UFG) – inclusive criticado e colocado em dúvida pelo presidente da Fieg – , mostrando que não há outra saída senão a adoção de medidas mais duras com relação ao isolamento.
“Não é questão de decisão do governo, é uma questão de ação, mandatória, para conter a quantidade de mortos. Agora, ficaram sem argumentos e usam desse tipo de subterfúgio para ganhar espaço na mídia, para atacar, ataque bobo e infantil”, reagiu o secretário.
Adriana da Rocha Lima destaca que a UFG tem sido assertiva em seus levantamentos e que há dois meses fez a previsão da quantidade de óbitos por dia e todas foram acertadas. “O estudo tem comprovação científica e somente uma pessoa despreparada não consegue entende-lo”, pontuou.