Os vereadores Sousa Filho, Paulo Moreira e Marcelo Mendonça protocolaram uma representação no Ministério Público contra o prefeito Adib Elias (Podemos).
Na denúncia, eles afirmam que o prefeito teria praticado delitos, inclusive improbidade administrativa – que é quando algum agente público tem enriquecimento ilícito, provoca dano aos cofres públicos ou viola os princípios administrativos.
No documento dirigido ao promotor de Justiça da comarca de Catalão, os vereadores expuseram situações suspeitas na prefeitura de Catalão.
Imprensa suspeita – Os três vereadores apontaram que a rádio Nova Liberdade FM e dois sites “lideram defesa político-partidário, reproduzindo verdadeira organização criminosa” por estarem supostamente sendo financiados com dinheiro público. No caso dos sites, as notícias veiculadas são impulsionadas no Facebook.
Ainda segundo os parlamentares, esses três veículos de imprensa divulgam matérias jornalísticas contra opositores de Adib Elias sem dar direito de resposta aos mencionados. Há registros de disseminação de fake news.
Para confirmar a suspeita, o vereador Sousa Filho havia conseguido na Justiça uma liminar que obrigava a prefeitura a mostrar relatórios de gastos com publicidade. Mas a prefeitura recorreu da decisão e conseguiu derrubar a ordem judicial.
Rádios comunitárias – Os vereadores também citaram duas rádios comunitárias de Catalão. Declararam que os diretores delas fazem “proselitismo político o tempo todo na defesa da atual administração”. E reclamaram que essas rádios não permitem que a oposição se manifeste no ar.
Caso Bordoni – O jornalista Luiz Carlos Bordoni tomou posse do cargo de secretário municipal de Comunicação no dia 28 de maio. Ele tinha o nome estampado no site da prefeitura, na página da secretaria, e emitia notas à imprensa em nome do Executivo. Mas quando houve levantamento de suspeitas de gastos irregulares, o nome dele desapareceu do site.
A partir daí, Bordoni passou a se afirmar como jornalista e se recusar a emitir notas à imprensa, o que fazia frequentemente. Ele foi procurado, mas não quis prestar esclarecimentos aos vereadores.
Full Propaganda – Na denúncia, os vereadores declararam que a agência contratada para gerir os recursos públicos da comunicação, a Full Propaganda, recebeu transferências de recursos da prefeitura. De acordo com a relação de despesas, no dia 22 de novembro de 2019 houve transferências fracionadas que variam de R$ 10.700,00 a R$ 105.881,82 reais. A Secretaria de Comunicação, que está sem titular na pasta, não se pronunciou sobre as movimentações bancárias.
“Qual a justificativa para fracionar essas transferências e por que as diferenças das transações bancárias são tão grandes?”, indagam os vereadores.