A greve que paralisou a rede de atendimento em Saúde da prefeitura de Goiânia é resultado de uma crise que não começou hoje, mas há pelo menos onze anos, no mandato do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).
Nesse período, a Secretaria Municipal de Saúde trocou de mãos duas vezes. Saiu o queimadíssimo Paulo Rassi para entrada de Elias Rassi e, pouco depois, Elias foi substituído por Fernando Machado. É dos três a culpa pelo esculacho em que se encontra a rede de atendimento básico da Capital.
Nenhum deles teve a coragem de sugerir ao prefeito – fosse ele Iris ou Paulo Garcia (PT) – a mudança no modelo de gestão da Saúde pública, nos moldes da experiência bem sucedida do governo de Goiás com as Organizações Sociais (OS).
Por razões ideológicas, Fernando, Elias e Paulo Rassi se recusaram a adaptar a expertise do Estado na prefeitura.
Somado a isso, os prefeitos que os mantiveram no cargo empreenderam políticas duras de combate às conquistas salariais dos servidores, e os funcionários, pressionados pelas péssimas condições de trabalho e pelo achatamento do poder aquisitivo, se viram obrigados a entrar em greve.
Em paralelo à precarização do atendimento nos Cais e postos de Saúde, Goiânia sofre com a escalada brutal nos casos de dengue. O mosquito Aedes aegypti zomba da cara desses secretários fajutos e impõe recordes seguidos de notificações da doença, que fazem da nossa cidade a Capital da dengue no Brasil. Nos rendemos à epidemia.
Se tomarmos por análise o péssimo trabalho que o triunvirato fez nos últimos anos, chega a ser louvável que parcela razoável da população tenha sobrevivido a tantas mazelas e a tanto despreparo. Somos sobreviventes, isso sim. E o sofrimento do goianiense haverá de acabar quando exaurir o mandato destes políticos que jogaram Goiânia na lata de lixo.