quarta-feira , 27 novembro 2024
Goiás

Desmentido da coluna Giro sobre queda na arrecadação e declaração de economista-chefe do Itaú sobre situação confortável de Goiás colocam credibilidade de Ana Carla em xeque

A credibilidade da secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, sofreu dois grandes e profundos abalos nesta semana.

Ana Carla vinha desfiando, desde a sua posse na Sefaz, o mesmo discurso carregado de pessimismo: a arrecadação do Estado estaria em queda, nos primeiros meses deste ano, e, para piorar, a economia goiana entraria em desaceleração, como reflexo da crise nacional, piorando ainda mais as coisas aqui em Goiás. Tudo isso justificaria a adoção de medidas drásticas pelo Governo, dentre elas atrasar a folha de pagamento do funcionalismo.

Mas parece que nada disso é ou era verdade. A coluna Giro, de O Popular, publicou nota baseada em números coletados no balanço oficial do Estado mostrando que a arrecadação, na verdade, subiu nos primeiros meses do ano. Mais ainda: provou que, no comparativo com o mesmo período do ano passado, houve um salto expressivo de quase 20% a mais. Atordoada, a secretária admitiu que os números apresentados pelo jornalista Jarbas Rodrigues Jr., titular da coluna, expressavam a verdade, mas ressaltou que somente em relação a janeiro e fevereiro e que, em março, houve queda. Sim, respondeu Jarbas Rodrigues em nova nota, mas queda de apenas 1,7% em relação a fevereiro, sendo que, novamente em relação ao mesmo período do ano passado, houve aumento e grande.

Em outra tentativa de remendar o que havia dito, Ana Carla postou uma nota no site da Secretaria da Fazenda dizendo que, apesar da alta nos primeiros meses, a previsão para o restante do ano seria de queda. Aí entrou o economista-chefe do Banco Itaú, onde a titular da Sefaz já trabalhou: em palestra a empresários goianos, nesta quarta-feira, tendo o governador Marconi Perillo na plateia, Ilan Goldfajn, afirmou que a economia goiana está em situação confortável e deverá atravessar a crise nacional com um crescimento mínimo de 3% ao ano, inclusive em 2015 – ou seja, Goiás vai continuar se desenvolvendo em ritmo maior e mais acelerado que o Brasil. Ou seja: não há fundamento para nenhuma estimativa de qualquer baque na economia estadual.

Pegou mal para a secretária, portanto. Nem a arrecadação caiu, como ela havia repetido dezenas de vezes, nem a economia goiana vai desacelerar, como ele também repetiu dezenas de vezes – e, aliás, continua, repetindo.

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