O editor-chefe do Jornal Opção, Euler Belém, publicou nota no portal online do seminário sobre a reportagem de O Popular, na edição de quinta, a propósito do parcelamento dos salários dos servidores estaduais.
A reportagem foi assinada pela repórter política Fabiana Pulcineli e evidencia, claramente, segundo Euler Belém, que a volta da jornalista, que estava de férias, coincidiu com o retorno da “ideologização” das manchetes de O Popular, na abordagem dos temas relacionados com o Governo do Estado.
A nota de Euler Belém vem confirmar uma tese há muito defendida pelo Goiás 24 Horas: Fabiana Pulcineli não tem isenção para escrever sobre assuntos políticos e administrativos que envolvem o governador Marconi Perillo,a respeito de quem a jornalista nutre profunda “ojeriza”.
Veja os argumentos alinhados por Euler Belém para concluir que a reportagem de Fabiana Pulcineli forçou a barra para expor negativamente o Governo do Estado:
A discussão proposta pela reportagem de O Popular sobre a forma de efetuar os descontos de impostos e afins dos salários dos servidores em tempos de parcelamento é legítima, mas é possível fazer algumas ressalvas:
1 — A jornalista Fabiana Pulcineli retoma assunto cinco dias após o depósito dos salários. Fato coincide com sua volta das férias e sua linha de atuação;
2 — O jornal assume, em chamada de capa, informação apresentada pelo Sindicato de que “teve servidor público que recebeu 50 reais”. Cadê o contracheque? Informação de Sindicato é imparcial e corresponde necessariamente à verdade? Da mesma forma, o jornal não comprova que “teve servidor que chegou ao sindicato chorando”;
3 — O Estado não pode ser responsabilizado pelo endividamento dos servidores. O consignado é um benefício, mas a responsabilidade sobre o peso dele na renda é do servidor e não do Estado. Neste caso, é válida a discussão sobre efetuar a cobrança na segunda parcela;
4 — Reportagem reconhece que parcelamento mantém salários em dia — apesar de levantar a questão do legado da gestão e que isto foi compromisso reafirmado em campanha –, mas não retoma as razões apontadas pela Fazenda e pelo governo para que isso esteja sendo feito;
5 — A reprodução da frase da servidora de que “comissionado ganha o dobro” é completamente improcedente e a jornalista certamente sabe disso. Diferente de comparar os salários de efetivos com cargos de chefia, para os quais, inclusive, há gratificações para servidores efetivos que os exerçam.
A ideologização da cobertura continua evidente e volta às manchetes com uso da palavra “vice” para falar dos casos de dengue. Jornais nacionais falam em “epidemia” (“Globo” e “Valor”), “São Paulo lidera” (“Folha”), “dengue é mais grave e mortal em SP (outros)”.
O consultor Eduardo Tessler e o vice-presidente do Grupo Jaime Câmara, Maurício Duarte, cobram a redação para fazer jornalismo “mais quente” e “participante”, mas não ideologizado.