Duas cartas de leitores publicadas nesta sexta pelo jornal O Popular fazem duras considerações sobre o papel da Assembleia Legislativa no momento atual em Goiás.
Os dois textos avaliam a manchete de quinta-feira do jornal, que destacou o excesso de inutilidades na pauta da Assembleia.
Ambos concluem pela desimportância do Legislativo em Goiás e um chega até a sugerir que os deputados dariam uma enorme contribuição para a sociedade caso fechassem as portas do Poder.
Pior é a avaliação dos deputados novatos. Um dos leitores dizem que eles, “os novatos, já entraram no ritmo dos veteranos velhos de guerra”.
Inutilidades no Legislativo – Carta 1
Ao ler a matéria” Pauta cheia… de inutilidades” publicada ontem, sobre a inutilidade das propostas de alguns deputados goianos, renovo a esperança de que algum dia haverá restrição para pretendentes a cargos eletivos. A escolaridade formal favorece uma atuação mais competente.
Saber que nossos deputados colam da internet textos e os renomeiam em projetos é no mínimo indecente, além de atentado à moral. Entre as matérias citadas, aquela da leitura obrigatória, seria uma confissão de culpa por não ter lido e, por isso, não ser culto?
Se pelo menos citasse a importância da literatura, indicando a vasta produção goiana, para todas as fases do ensino fundamental, mostraria alguma noção do propósito. É lamentável ignorar a produção das Academias de Letras de nosso Estado e não lembrar os escritores que estão fora delas. Primeiro, os da casa, depois os outros!
Em tempo. Como sou de “pescar em água rasa” e de “cultivar a calma”, finalmente vi o prédio da antiga prefeitura ser demolido. Isso depois de muitas cartas ao leitor, nas quais reclamei sobre o descaso com a Praça Cívica, diante daquele projeto arquitetônico destoante.
Cecy Curado
Centro – Goiânia
Inutilidades do Legislativo – Carta 2
Reportagens como a que foi publicada ontem pelo POPULAR, sob o título “Pauta cheia… de inutilidades”, além de tantas outras divulgadas nos diversos meios de comunicação do nosso querido Brasil, comprovam o que a população vem proclamando há um bom tempo, ou seja, é bastante discutível a necessidade de Legislativos permanentes.
A defesa que intelectuais e principalmente os políticos fazem da utilidade desse Poder carece de maiores e mais claros fundamentos, pois a prática tem demonstrado que os parlamentares de uma maneira geral não estão nem um pouco preocupados com a sustentação da tal de democracia, mas sim em defender ardentemente a “familiocracia”.
É fácil constatar essa afirmativa, basta acompanhar a atuação dos diversos parlamentos, federal, estaduais e municipais, para comprovar que ali só se discute futilidades e interesses de pessoas ou grupos. Raramente algum assunto de alcance social e moral para a população é levado a efeito. Veja o caso da encenada reforma política, ora em discussão no Congresso Nacional: não vai passar de mais uma enganação ao povo brasileiro. Aqui na Assembleia, os novatos já entraram no ritmo dos veteranos velhos de guerra. A Câmara Municipal, para aprovar uma reforma administrativa, precisa de “incentivos” especiais aos senhores vereadores.
Considerando que o Legislativo não cumpre o seu papel de fiscalizar as contas do Executivo, vive apenas referendando medidas provisórias e projetos deste, e que o País já está mais do que aparelhado por leis – que até se sobrepõem umas às outras -, está na hora de se pensar em transformar o Congresso, as assembleias legislativas e as câmaras municipais em colegiados compostos por notáveis, que só se reuniriam eventualmente e em épocas necessárias à aprovação de contas e de novas regras de conduta para a sociedade. E, consequentemente, só seriam remunerados pelo período trabalhado.
Na condição de eleitor e cidadão, acredito que a economia de recursos seria suficiente com sobra para a modernização da infraestrutura do País e a nossa paciência e saúde seriam poupadas por não assistir a esses descalabros diários.
Macilene Rodrigues de Oliveira
Centro – Goiânia
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