Kellen Mendonça Santos, renomada arquiteta que já expôs na Casa Cor Goiás em pelo menos sete ocasiões, está no centro de um episódio que pode se transformar no mais grave escândalo da administração do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).
Quando Kellen era chefe do Departamento de Aprovação de Projetos da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplam), ela foi contratada pela Incorporadora Orca para defender a liberação de um alvará para construção de um condomínio residencial na Capital.
Importante frisar: Kellen foi arregimentada pela Orca para juntar os documentos e fazer a defesa em um processo que ela mesma, na sequência, analisou em aprovou – em tempo recorde, diga-se de passagem. 72 dias.
A história veio à tona na Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada na Câmara Municipal de Goiânia para investigar irregularidades – como esta – na liberação de alvarás para empreendimentos imobiliários na Capital.
O então responsável pelo Departamento de Análise e Aprovação de Projetos (Daap) e ex-chefe de Kellen, Douglas Branquinho, estaria a par destas negociações.
O esquema, até então citado como hipótese, foi confirmado na segunda-feira (17) por ele durante depoimento, e reforçado por Alberto Aureliana Bailoni, analista em Obras e Urbanização, que fez relatos contundentes à CEI das Pastinhas, que investiga o suposto protocolo de pastas vazias. “São raríssimos os [servidores] que não fazem projetos para construtoras”, relatou Bailoni. Já o ex-chefe de Kellen disse não ter sentido constrangimento ao privilegiar a colega de trabalho.