Em depoimento à CEI das Pastinhas na manhã desta sexta-feira, os ex-secretários de Planejamento da prefeitura de Goiânia Jeová Alcântara Lopes e Roberto Elias Fernandes negaram participaram no esquema fraudulento de emissão de alvarás para grandes construtoras da Capital. Eles foram titulares da secretaria durante a administração do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).
Os indícios que pesam contra Jeová e Roberto Elias são muito fortes. Um dos servidores que havia prestado depoimento à CEI, o ex-chefe do Departamento de Análise e Aprovação de Projetos (Daap) Douglas Branquinho, disse que partiu de Jeová a ordem para manipular documentos que viabilizaram a autorização para empreendimentos imobiliários fora do prazo legal.
Branquinho disse também que houve “determinação” para que toda a Seplam desconsiderasse o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre Ministério Público de Goiás e o Paço Municipal em outubro de 2010, relativo a construções de três empreendimentos na quadra C8 da Rua 13 com a Avenida H, no Setor Jardim Goiás, de interesse das construtoras Prumus, Opus e Consciente. Com isso, foram adicionados 27 metros quadrados a mais no terreno.
A decisão, conforme relatou, veio a partir de reunião entre o superior dele, Jeová Alcântara Lopes, do corpo jurídico da Seplam e do comitê responsável pelo uso de solo. “Eu orientei [os analistas], mas era uma decisão da secretaria. Não me lembro com quem discuti isso”, disse, ao ser questionado se o advogado e ex-procurador geral do Município Marconi Pimenteira estaria envolvido.
As mesmas práticas, segundo documentos já colhidos pela CEI, tiveram continuidade com Roberto Elias.