O jornalista Rodrigo Czepak, assessor do deputado federal Daniel Vilela (PMDB), voltou à carga contra dois ex-patrões: o prefeito Paulo Garcia (PT) e o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB). Em sua coluna digital, publicada no site Folha Z, Czepak afirma que a população da Capital está contrariada com os efeitos da queda-de-braço entre o peemedebista (o criador) e o petista (criatura) tem causado a Goiânia.
Veja o texto na íntegra:
Ex-irmãos siameses em guerra
Repercutiu nas redes sociais a referência de que Iris Rezende (PMDB) e Paulo Garcia (PT), hoje rompidos, um dia foram considerados irmãos siameses na política goiana. Quem não se lembra da emocionada declaração de apoio do ex-prefeito ao candidato à reeleição em 2012? A fase “juras de amor” ficou no passado e hoje a guerra está deflagrada entre as duas partes. Não está descartada, inclusive, a possibilidade de Iris exigir a entrega de todos os cargos peemedebistas no Paço Municipal, anunciar distância de Paulo e arrependimento por um dia ter pedido voto para ele.
O resultado de pesquisas qualitativas aponta a fragilidade administrativa do prefeito de Goiânia como o principal ingrediente para o aguardado rompimento. Os peemedebistas da cozinha de Iris Rezende sentem calafrios diante da perspectiva de forte cobrança do eleitorado pelo respaldo amplo, geral e irrestrito de três anos atrás. A maneira encontrada para amenizar o desgaste, segundo um ex-secretário municipal, “é levantar a bandeira contra o pretendido aumento de impostos no momento em que a prestação de serviços públicos deixa a desejar”.
Iris e Paulo já foram amigos, confidentes. Os interesses eleitorais de PMDB e PT se encarregaram de azedar a relação, primeiro em 2014 e agora a perspectiva para 2016. O criador julga ter proporcionado mais bônus do que ônus à criatura: quase três anos de mandato a partir de abril de 2010 e ainda o decisivo apoio à reeleição. Já Paulo Garcia sempre confidenciou aos mais íntimos que a conta estava sendo paga com sua lealdade política e o silêncio sobre o rombo financeiro nos cofres públicos municipais.
Ainda é cedo para saber qual dos lados levará vantagem nesta disputa. Ou se ambos sairão derrotados na sucessão municipal. Até o momento só há uma certeza: o cidadão goianiense segue contrariado com os reflexos administrativos da queda-de-braço política entre ex-inquilinos e atuais ocupantes de cargos no Paço Municipal. Parafraseando Iris e Paulo, a cidade de Goiânia está a merecer mais respeito de peemedebistas e petistas.