O deputado federal Delegado Waldir, do PR, tem um enorme desafio para se viabilizar candidato a prefeito de Goiânia: terá de superar o seu “discurso de fortíssima conotação policial”, que “soa absolutamente estranho como um possível prefeito de Goiânia”.
É o que diagnostica o traquejado comentarista político Afonso Lopes, em análise na última edição do Jornal Opção.
Afonso Lopes explica com riqueza de detalhes o seu raciocínio: “Delegado Waldir, hoje no PR, vai muito bem nas periferias, mas encontra forte resistência dos eleitores com maior nível de escolaridade. É natural que isso aconteça. O discurso que fez o candidato republicano popular, ao ponto de fazer dele o deputado mais votado em Goiás nas eleições de 2014, tem fortíssima conotação policial. É claro que numa eleição para o legislativo isso conta muito, principalmente numa época em que a segurança pública no país está totalmente desmantelada”, mas…
Esse “mas…” é o xis da questão, continua o jornalista, escrevendo: “Para prefeito de cidade, notadamente em uma capital como Goiânia, a figura de um delegado comandando o Palácio do Cerrado Venerando de Freitas Borges soa absolutamente estranho. Waldir terá então que promover uma importante e vigorosa migração de imagem, perdendo a conotação do político-delegado linha dura e se apresentando como administrador, que conhece o funcionamento de postos de saúde, política de trânsito, transportes coletivos e situação escolar. É uma tarefa e tanto que o deputado Waldir tem pela frente. Uma migração de imagem como essa não é simples e rotineira, mas é obviamente possível. Talvez, para ele, o maior problema seja a campanha extremamente curta, como será este ano. Waldir terá que acertar muito e errar quase nada para se firmar realmente na disputa”.