Por determinação do prefeito Iris Rezende (PMDB), a secretária de Saúde da prefeitura de Goiânia, Fátima Mrué, avisou que não vai renovar o contrato temporário de 180 médicos cujo vínculo expirou em janeiro ou vai expirar em fevereiro deste ano. Estes profissionais representam aproximadamente 40% de todo o corpo médico que atende na rede básica da Capital.
Médicos ouvidos pelo Goiás 24 Horas afirmam que boa parte dos plantonistas escalados para o fim de semana não foi trabalhar, o que gerou tumulto nos postos de saúde. Outra parte foi ao plantão porque recebeu, da secretaria, a estranha recomendação para que trabalhassem e, posteriormente, requeressem o pagamento por indenização (procedimento nunca antes realizado pela prefeitura).
Em um grupo de WhatsApp com médicos contratados pela prefeitura, o presidente do Sindicato dos Médicos de Goiânia (Simego), Rafael Martinez, avisou por áudio que tentaria uma audiência com Mrué nesta segunda-feira para esclarecer como será feito o pagamento dos profissionais que a prefeitura pediu que continuassem a trabalhar mesmo sem ter vínculo contratual. O Simego, como diz o próprio Rafael, estuda protocolar ação de improbidade administrativa contra Mrué e o prefeito Iris (ouça o áudio abaixo).
Para livrar-se de problemas jurídicos no futuro, a Secretaria emitiu memorando circular datado em 1° de fevereiro de 2017 que “proíbe” servidores de trabalharem sem vínculo empregatício – o que, na prática, está acontecendo por orientação da própria prefeitura, que teme um colapso na rede de atendimento básico de Saúde.
Vale lembrar que, na eleição do ano passado, Iris prometeu colocar todos os Cais para funcionar 24 horas por dia. Está tomando agora o caminho contrário.
Ouça, abaixo, o áudio enviado pelo presidente do Simego aos médicos da rede municipal em que trata do impasse.