No apagar das luzes do mandato de Paulo Garcia, a Prefeitura de Goiânia permutou uma área pública de 6,5 mil metros quadrados, localizada na região do Parque Macambira Anicuns (Puama) e avaliada no mercado imobiliário por R$ 6 milhões, por um imóvel na rua 20, no Centro, onde funcionou o Hospital Maria Auxiliadora, hoje desativado, avaliado pela própria Prefeitura em R$ 2 milhões 603 mil 141.
Para viabilizar o estranho “negócio”, a área no Parque Macambira Anicuns foi avaliada pela Comissão de Avaliação Imobiliária da Prefeitura em apenas R$ 2 milhões 599 mil, valor suspeitamente coincidente com o preço atribuído ao imóvel no Centro.
Segundo o vereador Elias Vaz, do PSB, que fez a denúncia e encaminhou a documentação ao Ministério Público, a justificativa apresentada pelo ex-prefeito Paulo Garcia foi adquirir o imóvel para ali instalar a Casa de Acolhida, que hoje funciona em prédio alugado. Elias Vaz ressaltou que o Executivo é obrigado por um TAC a mudar a Casa de Acolhida, “mas deveria ter comprado o imóvel e não permutá-lo por terreno cuja valorização é superior”.
Apesar de a Prefeitura atestar em laudo técnico que a área da permuta é de adensamento básico, ou seja, que não pode ser utilizada para construção de edifícios, Elias Vaz contesta: “A lei permite, sim, o adensamento no setor e de acordo com o cálculo que nós fizemos é possível construir quase 200 apartamentos no terreno que a Prefeitura entregou a particulares, pois é muito valioso”, denunciou.