O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), cortou a verba que a Secretaria de Saúde usava para pagar 38 tipos de procedimentos médicos de alta de média complexidade na Capital. Com este corte, clínicas e hospitais deixarão de oferecer estes serviços a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A informação é de reportagem do jornal O Popular desta terça-feira.
A tendência é que, com a retirada de dinheiro da Saúde, a fila da morte – nome dado à extensa relação de pessoas que aguardam cirurgias e exames eletivos na Capital – aumente em progressão geométrica. A suspensão entrou em vigor no dia 25 de setembro. O repasse da prefeitura complementava um valor que já é religiosamente pago pelo Ministério da Saúde.
A complementação do valor pago pelo governo federal por cirurgias e exames é algo que vinha sendo feito pela prefeitura desde 2009 – a tabela de valores foi atualizada em 2014. O Conselho Regional de Medicina (CRM) diz que o corte da SMS foi intempestivo e deixou o paciente sem alternativa. A entidade vai se reunir em reunião plenária nesta terça-feira, com a participação do Sindicato dos Médicos (Simego), para decidir o que fazer.
Uma das possibilidades é paralisar o atendimento ambulatorial na Capital. “Os exames deixarão de ser feitos, os prestadores não vão fazer só com estes valores da tabela SUS, pagos pelo Ministério da Saúde”, avalia o presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis. Entre os prestadores que podem ter o serviço comprometido está o hospital Araújo Jorge.
A notícia do corte vem à tona um dia depois de o secretário municipal de Finanças admitir, em entrevista coletiva, que a prefeitura tem de tomar medidas para resgatar o equilíbrio das contas públicas, mas que o prefeito não admitia a possibilidade de cortar um dos 24 órgãos da administração direta ou de demitir servidores comissionados.
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