Por conta da decisão do governo de alterar os benefícios fiscais em Goiás, empresários reuniram-se na Acieg na última terça-feira e definiram uma estratégia dá exata dimensão da sua ganância e covardia: decidiram aumentar o preço dos produtos e dizer que a culpa é do Estado.
É mentira. As alterações interferem apenas no benefício cumulativo. Ou seja: mexe nos benefícios que as indústrias acumulam e não utilizam. Só o setor sucroalcooleiro possui créditos acumulados de R$ 188 milhões, que poderão ser aproveitados sem a necessidade de elevação dos preços do etanol. O setor automotivo também tem cerca de R$ 112 milhões em créditos.
Só houve mudança onde há excesso de créditos a serem aproveitados, sem inviabilizar nenhuma cadeia produtiva. As medidas também foram estudadas de forma que também não haja necessidade de transferência de ônus para o cidadão, através do aumento no preço dos produtos.
Ou seja: não há necessidade alguma de aumentar preços. Se isso acontecer, será por ganância dos empresários, que querem viver às custas de uma política eterna de benefícios.
É preciso entender que incentivos fiscais são como programas de transferência de renda: têm de ser vistos como um auxílio momentâneo – ou um empurrão inicial. Ninguém pode viver para sempre às custas do Estado.