O presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB), iniciou 2017 com jeito de herdeiro de um transatlântico desgovernado. Em fevereiro, assumiu o comando da Casa num momento de baixíssima credibilidade em função de uma rotina tremenda de denúncias cabeludas, especialmente na gestão de Helio Sousa, deslustrada pelos escândalos de servidores fantasmas e pala falta de quórum nas sessões.
Não havia expectativa alguma para Vitti, mas ele surpreendeu: em poucos meses no cargo de presidente, firmou-se com gestor ao cortar gastos desnecessários e empreender mudanças que mudaram a feição do Parlamento goiano. Jovem e empresário bem sucedido no ramo da mineração, ele imprimiu um estilo moderno de gestão e fechou o ano festejado tanto pela bancada da situação como da oposição.
Vitti não tem nada de bobo: aproveitou a interinidade como governador, em setembro, para demonstrar preparo e jogo cintura. A agenda positiva que cumpriu sugeriu o perfil de executivo antenado e moderno – de resto, pronto para voos maiores. A coroação do desempenho como gestor veio em novembro: pesquisa publicada pela Folha de S. Paulo destacou a Assembleia Legislativa goiana como a mais eficiente e de menor custo no ranking nacional dos legislativos estaduais.
O ano na Assembleia foi concluído por Vitti com a pauta esgotada e medidas que nenhum outro presidente teve coragem de tomar: a implantação do ponto biométrico e o corte dos salários dos deputados gazeteiros.
O resultado de tudo isso não poderia ser outro: Vitti tornou-se pule de dez e virou o ano consolidado como a maior revelação da política de Goiás. O governador Marconi Perillo não se cansa de elogiá-lo e a base aliada, após seguidos anos de jejum de vitórias em Goiânia, sonha em lançá-lo na sucessão do prefeito Iris Rezende. Em resumo: um fenômeno político raro, como há muito não se via no Estado.