Texto publicado no site GBrasil (clique aqui para acessar)
A campanha do senador Ronaldo Caiado (DEM) a governador não deslancha, apesar dos reforços que vieram do MDB no começo do ano e da estrutura milionária disponibilizada pelo também senador e pré-candidato à reeleição Wilder Morais (DEM). Aliados estão preocupados porque Caiado não gera fatos políticos há meses e o discurso pontuado por ataques ao governo não galvaniza mais o interesse do eleitor como no passado.
Caiado passou a segunda-feira em articulações para segurar a saída de apoiadores importantes. Nos bastidores, a notícia é de que após o feriado o senador sofrerá importantes baixas. O quadro é de isolamento. Nem a liderança nas pesquisas facilitou a missão de conseguir novos correligionários. Senador e aliados, como o deputado estadual José Nelto (Podemos), não escondem irritação com as dificuldades.
Em novembro, políticos que marcham com Caiado chegaram a alardear a possibilidade de vitória no primeiro turno. Naquela fase da pré-campanha, ele chegou a anotar 54% nas pesquisas. Daí em diante foi só caindo. O senador apareceu com 39% das intenções de voto na Serpes/O Popular de abril e 34% no mais recente levantamento realizado pelo instituto Directa. Hoje, o discurso está bem menos otimista.
A queda é vertiginosa e tende a provocar uma espécie de “efeito dominó” na campanha do senador. Na medida em que ele cai nas pesquisas, fica menor a chance de atrair partidos para coligação. Quanto mais restrito o número de siglas ao seu lado, menor o tempo na propaganda de rádio e TV e de prefeitos do interior para defender o seu projeto. Rapidamente, Caiado pode ser atropelado por candidatos que têm encontrado abertura maior para o diálogo com outras correntes políticas, como José Eliton (PSDB) e Daniel Vilela (MDB).
No começo deste ano, Caiado chegou a dizer que o apoio do MDB e do prefeito Iris Rezende era questão de tempo, mas a aliança não se concretizou. Hoje não há mais dúvidas de que o emedebismo vai definitivamente caminhar com Daniel Vilela. Com ótimo trabalho de articulação, Daniel conseguiu manter o partido coeso e esvaziou o evento pró-Caiado que estava marcado para sexta. Como não houve quórum, a agenda foi cancelada.
O senador traiu e perdeu até alguns dos poucos companheiros que tinha. Dono de cartório em Catalão, Luiz Gustavo Sampaio (DEM) foi descartado do DEM municipal por causa de uma exigência que o prefeito Adib Elias (MDB) fez para apoiar Caiado. Ele teria R$ 10 milhões para gastar em sua campanha e na do senador. A rasteira que tomou ameaça inviabilizar o seu projeto.
Até amigos de longa data abandonaram o barco, como o vereador Jorge Kajuru (PRP). Ele queria uma vaga para concorrer ao Senado, mas recebeu uma resposta desdenhosa na conversa definitiva que teve com Caiado sobre o assunto. Ouviu que o nome dele não serve para chapa majoritária, reservada políticos com menos intenção de voto como Vilmar Rocha, Vanderlan Cardoso e o próprio Wilder.