A recessão que o País enfrentou entre 2015 e 2017 custou R$ 14,5 bilhões a Goiás, segundo cálculos do economista Raul Velloso, especialista em contas públicas. O montante equivale a mais de duas vezes o investimento do governo no programa Goiás na Frente (R$ 6,4 bilhões) e mais do que 14 vezes do que foi obtido com a venda da Celg D, hoje Enel (R$ 1,050 bilhão).
O valor representa o quanto teria sido arrecadado se a receita tributária tivesse crescido à mesma média de 2002 a 2014, período que compreende a fase posterior a Fernando Henrique Cardoso (PSDB) até às vésperas de explodir a recessão.
Para o País, o custo foi de R$ 287,9 bilhões e a média de perdas foi equivalente a 51% da receita tributária obtida em 2014 pelos Estados. Goiás ficou acima da média, deixou de arrecadar o equivalente a 70%. O terceiro maior porcentual, atrás somente de Amapá (117%), Mato Grosso (98%) e Amazonas (83%).
Um dos fatores que contribuiu com a perda foi a decisão do governo de não aumentar impostos durante a crise. “A maioria dos outros Estados alterou a alíquota geral do ICMS para 18%, em alguns para 19%, enquanto a decisão de Goiás foi manter a carga em 17%, sendo a menor do País”, afirma o secretário estadual da Fazenda, Manoel Xavier.