A Acieg (Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás) entrou para valer no debate sobre a revisão da legislação dos incentivos fiscais. O presidente da entidade, Euclides Barbo, disse em entrevista ao Jornal Opção que está preocupado com as mudanças feitas no Produzir e teme que elas impactem negativamente a expansão da economia do Estado.
A posição expressa por Barbo chama a atenção por duas razões básicas. A primeira é que, com o gesto, ele e Acieg demonstram o interesse de ocupar o vazio deixado pela Adial no debate. A poderosa Associação Pró-Desenvolvimento do Estado de Goiás se submeteu à gana arrecadatória do governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e da turma da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) que é contra os incentivos.
A segunda razão é que Barbo é ideológica e policamente próximo do governador eleito e, em tese, se esperaria uma postura menos crítica dele em relação à revisão. Já o presidente da Adial, Otavinho Lage, é considerado marconista e, também em tese, se imaginava que ele defenderia o programa, que foi criado e aperfeiçoado nas gestões do ex-governador Marconi Perillo (PSDB, 1999-2006; 2011-2018).
Segundo o presidente da Acieg, os incetivos “modificaram a cara do Estado”: “Foi isso que fez com que Goiás entrasse no jogo. Antigamente era só a região Sul que crescia, porque é lá que fica 80% dos consumidores e a indústria, por questão de lógica, quer se implantar lá”
Euclides Barbo critica a distorção do debate sobre o impacto dos incentivos sobre as receitas tributárias do Estado: “O que está discutido agora é que incentivo fiscal é renúncia, e não é. Renúncia é não receber nada e não ganhar nada em troca. Com o incentivo fiscal, faz a empresa vir pra cá. Talvez não se ganhe diretamente dela, mas ela gera empregos e faz com que o Estado se sobressaia”, afirma.