O governador Ronaldo Caiado (DEM) encontrou no regime de recuperação fiscal a fórmula perfeita para não governar e para descumprir solenemente suas promessas de campanha, entre elas aumentar os salários dos policiais militares da 3.ª classe. É o tal Regime de Recuperação Fiscal (RRF), ao qual o demista pretende aderir e com ele ficar, quem sabe, o mandato inteiro – quatro anos.
Não é difícil chegar a essa conclusão. Reportagem do Popular deste domingo afirma que a adesão ao RRF demora, pelo menos, seis meses. O prazo para entrada começa somente no momento em que Caiado formalizar o pedido de entrada, o que ainda não tem data para ocorrer. Segundo o texto, o objetivo do governador é manter a intervenção federal por até dois anos, com possibilidade de prorrogá-la por até igual período.
Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema, eleito no segundo turno, já fez o pedido de adesão ao RRF. Ao contrário de Caiado, ele não perdeu tempo e deu entrada no RRF ainda durante o governo de transição. Explicou que quer sair logo da situação de exceção, porque as penalidades e imposições são severas. Vale lembrar que a situação das contas mineiras é considerada a pior do Brasil.
Caiado, ao contrário de Zema, não mostra pressa alguma. Quanto mais demorar, melhor, porque aumentam as chances de ele ficar sob a intervenção federal o maior tempo possível, de preferência o mandato inteiro.