O governador Ronaldo Caiado (DEM) foi alertado por todo o universo de especialistas em economia e contas públicas do Estado de que dificilmente conseguiria encaixar Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) da União, mas preferiu dar ouvidos a sua supersecretária forasteira de Economia, Cristiane Schmidt, que mal desembarcou em Goiás e já tem uma coleção de trapalhadas no currículo. Resultado: Caiado já prepara o terreno para a derrota na tentativa de obtenção da ajuda federal.
Em entrevista à rádio Sagres 730 nesta sexta-feira (18), o governador admitiu pela primeira vez que pode não conseguir a adesão do Estado ao RRF, e que já estaria buscando uma “saída mínima” ou um “meio termo” para o muito provável não da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Mais uma vez, apresentou um festival de números não oficiais para afirmar que herdou da gestão passada uma situação de “calamidade financeira”. E, finalmente, abriu caminho para chegar onde queria: vai usar os números para reafirmar que não tem como pagar os salários de dezembro tão cedo.
“O governo vai apresentar esses números para os servidores, na reunião nesta sexta-feira, às 14 horas, na Secretaria de Fazenda, para discutir saída (para o pagamento da folha)”, afirma texto assinado pela jornalista e comentarista da emissora, Cileide Alves. “A ideia é mostrar que o governo não tem dinheiro e ainda discutir o que fazer com o que entra em caixa. ‘Vamos deixar crianças morrerem nos hospitais?’, perguntou o governador”, informa Cileide. Que golpe baixo, Caiado.