Não é segredo para ninguém que Caiado sempre quis ser presidente do Brasil. Tanto que lá atrás, há mais de 25 anos, ele foi candidato pela UDR, num projeto pra lá de fracassado. Em 2018, Caiado queria mesmo era ser candidato ao Planalto novamente. Chegou a costurar no DEM o lançamento de sua candidatura, mas não teve apoio nem mesmo dentro do partido. Restou o governo de Goiás.
Ele acabou ganhando no primeiro turno. Empossado, vem se mostrando um governante, confuso, sem planejamento, maldoso com o servidor público e tomado pelo ressentimento. Não pagou o salário de dezembro por pura implicância com Marconi e agora deixa para depois o salário dos aposentados e inativos.
Caiado também não sai de Brasília. Teve uma semana em que foi à Capital Federal três vezes. As reuniões lá são em sua maioria improdutivas. Apenas valem para registro fotográfico e muitos sorrisos para serem lançados nas redes sociais. Caiado deixa transparecer falta de paciência para os problemas inerentes ao cargo de governador.
Não conversa com deputados, despreza o seu vice, esnoba sindicatos e pisa o funcionalismo com gosto. Como já foi dito aqui neste blog, ao contrário do que o glamour que o cargo confere, ser governador é resolver problemas e picuinhas diariamente. A pose de estadista que Caiado tenta vender é fake. Governador bom mesmo é aquele que paga em dia o funcionalismo, que recebe prefeito de currutela, que dialoga com as categorias e sindicatos e, acima de tudo, aquele que tem um projeto de administração; coisa que Caiado não tem.
Até agora não ficou claro o que Caiado e seus secretários forasteiros querem para Goiás. Não há uma política desenvolvimentista, não há atração de investimentos, não há valorização da educação, não há ações inovadoras. Há apenas uma sede tremenda de cortar gastos (até água dos servidores foi cortada) e vender um cenário de terra arrasada.
O curioso é que nos últimos 20 anos, praticamente tudo em Goiás funcionou dentro de uma aceitável normalidade. Não estamos ignorando os problemas, claro. Mas, as instituições, o funcionamento do Estado, os salários do funcionalismo, o trabalho da polícia, o desenvolvimento da infraestrutura tiveram andamento condizente com as demandas da sociedade.
Caiado assumiu e Goiás, na boca dele, virou o caos. Não tem dinheiro para nada. Os postos do Vapt Vupts vão ser fechados, o Jovem Cidadão foi encerrado, escolas foram fechadas, aposentados não recebem salário, estradas não são recuperadas e por aí vai. Caiado se sente bem pregando esse cenário de caos. É algo que não dá para entender. O mais provável é que seu sonho sempre foi ser presidente do Brasil. Virar governador foi um prêmio de consolação; para infelicidade dos goianos.
