Escrever e chorar ao mesmo tempo é estranho. Não acreditei quando fiquei sabendo do que aconteceu com o Barba, jornalista José Barbacena, e estou tentando encontrar forças para expressar sobre este grande amigo que a vida me deu. Quando morre alguém que amamos ficamos sensíveis. Ainda mais assim, tão jovem, 36 anos. Não aceitamos. Somos forçados a aceitar. Maldita doença.
Guardo no coração o Barba que todos os dias mandava alguma coisa pelo WhatsApp, mesmo nos momentos mais turbulentos para mim, ele sempre aparecia com seu jeito, “fala monstro, e aí?”.
José Barbacena era um cara do bem. Humorado, vivo. Torcedor do tigrão. Nos conhecemos quando ele trabalhava no Diário da Manhã e eu na Equipe do Mané. Depois ele foi para o jornalismo político, e lá na frente nos encontramos novamente. Adorava Morrinhos, sua terra. Falava com entusiasmo do Rodokó, do Jambalaio, tias, tios, parentes da infância. Sempre mandava um áudio imitando o jornalista Welington Campos com piadas do Alexandre Bittencourt, Deusmar Barreto, Dudu Aritana, Delson do Vila e me sacaneando. Depois me pedia para imitar também, “fala igual o “meu ídolo” aí sacaneando o Xandão que vou mandar pra ele”. Quantas lembranças. Tenho lágrimas nos olhos, assim como todos que aprenderam a te admirar, grande Barba. Queria abraçar seu pai, Adevanir e sua mãe, dona Célia, sua irmã, Gabi, e até aquele cachorrinho que ficava mordendo sem parar lá na sua casa. O destino me trouxe para longe de Goiás. Mas meu coração é goiano. E tenho fé que vamos nos encontrar no grande dia da ressurreição dos mortos. Que Deus conforte seus amigos e sua família.
Cristiano Silva