domingo , 29 dezembro 2024
Goiás

PM acusa sobrinho de Bolsonaro por calúnia na justiça militar de Goiás

O Policial Militar Marcos Cassiano move uma ação judicial contra um casal de policiais que moram em Goiás e são sobrinhos do presidente da república, Jair Bolsonaro.

O problema começou durante o Curso de Formação de Oficiais em 2019, quando houve um desentendimento entre Marcos Cassiano e e o Tenente Coronel Fábio Costa, acusado por abuso de autoridade e perseguição contra o cadete no processo.

Na época Cassiano apresentou um atestado médico, que não foi aceito pelo Tenente Coronel Fábio Costa. Segundo a defesa do militar, o comandante teria instruído o médico militar a recolher a arma dele e encaminha-lo para um psicólogo. Após o afastamento, o cadete teria ficado impossibilitado de concluir o curso.

Cassiano fez a denúncia na Academia e depois na Corregedoria. Sem sucesso recorreu ao Comando da PM. Não conseguiu nenhum êxito.

Casal Bolsonaro

Quando decidiu lutar por seus direitos na justiça, Cassiano foi surpreendido com um documento assinado por Paula Rafaela Bolsonaro, que o acusava de assédio. Ela afirma que Marcos Cassiano teria dito que “arrancaria os olhos dela” durante Curso de Formação de Oficiais. Estranhamente, ela fez a declaração dois anos depois do suposto assédio.

O militar nega e diz que isto nunca aconteceu. O marido de Paula, Tenente Bolsonaro, assinou outra declaração “caluniosa” desqualificando o policial.

Questionada, a defesa de Cassiano afirmou que existe algo de errado nas declarações absurdas do casal Bolsonaro. “As declarações assinadas por eles são falácias do governo, que persegue servidores, se recusa a apurar os fatos e se rebaixa ao ponto de reunir servidores para mostrar força contra um policial doente e inocente nessa história toda”, diz a advogada Cláudia Almeida da Silva.

Para os advogados quatro perguntas precisam ser respondidas:

Se Cassiano cometeu o crime de assédio contra uma colega da PM, porque não foi preso?

Por que a Tenente Bolsonaro demorou 2 anos para denunciar, via declaração, que foi vítima de tamanha crueldade?

O marido de Paula, também colega de curso de Cassiano, aceitaria sua esposa, sendo sobrinha de quem é, ser assediada, sem tomar providências?

Quem tem interesse nas declarações do casal Bolsonaro, em desfavor de um militar, que está enfrentando a força da máquina governamental?

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