O Fundo Para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec) foi criado em 1997 e fortalecido em 1998, no governo Marconi Perillo (PSDB), que prometeu durante a campanha eleitoral da época que iria diminuir a carga tributária para os pecuaristas goianos.
Antes disso o ICMS cobrado chegava a 7% e era considerado um dos mais pesados do país. Marconi reduziu o imposto para 3%, em contrapartida os criadores deveriam destinar 0.25% da comercialização da carne bovina ao Fundodepec. A adesão é voluntária, mas só quem se cadastra no Fundo ganha o desconto no ICMS. Todos os produtores de gado para corte em Goiás aderiram.
Originalmente a reserva deve ser destinada para ressarcir os pecuaristas para o caso de abate sanitário de animais afetados pela febre aftosa. Acontece que há 28 anos Goiás não registra focos de aftosa. Ou seja, o dinheiro público que é destinado a Fundepec nunca foi usado em sua totalidade.
“Estamos falando de bilhões de dinheiro público que foram transformados em dinheiro privado e estão parados no Fundepec. Por que Caiado não tem coragem de mexer nesse dinheiro? O mesmo grupo faz a gestão dessa bolada, revezando na presidência. Caiado sabe disso, todos os meses entram milhões na conta do Fundepec, que não gasta nem 10% com a Agrodefesa. Tudo dinheiro público transformado em privado e parado. Por que o governador não conversa com os produtores antes de criar mais uma taxa e mais um fundo?”, questionou um presidente de um sindicato rural, que preferiu não se identificar. Com a palavra, o governo de Goiás.