Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a dívida das igrejas com a União dobrou. Dos atuais R$ 2,15 bilhões de débitos tributários, mais da metade (R$ 1,13 bilhão) foi inscrita na dívida ativa da União entre os anos de 2019 e 2022. Os dados da Receita Federal consideram as dívidas previdenciárias e outras contribuições, como impostos sobre qualquer importação, IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em caso de compra de veículos e todas as taxas, exceto aquelas sobre patrimônio e renda, acumuladas a partir de 1983. As informações foram obtidas pela Agência Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
O maior devedor é o Instituto Geral de Assistência Social Evangélica (Igase), que acumula débito de R$ 555 milhões. Entre as maiores devedoras também estão grandes congregações lideradas por aliados próximos de Bolsonaro, como a Igreja Evangélica Mundial do Poder de Deus, do líder religioso Valdemiro Santiago e a Internacional da Graça de Deus, que pertence ao missionário R. R Soares (Romildo Ribeiro Soares). Elas acumulam dívidas de R$ 136,5 milhões e R$ 30,8 milhões, respectivamente. Ambas mantêm canais de televisão e empresas de mídia.