A bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, formada por apenas cinco deputados (o mais baixo número da história do partido em Goiás), tende a surpreender a ocupar um espaço político muito superior aos seu quantitativo.
Isso porque voltaram à Assembleia três parlamentares que são experimentados – e muito – nas artimanhas de plenário e na condução dos debates: Adib Elias, José Nelto e Ernesto Roller. Há ainda Paulo Cezar Martins e Bruno Peixoto – mas que não contam em termos de oposição barulhenta porque são de perfil moderado. Para compensar, os três peemedebistas deverão receber o auxílio de Luis Cesar Bueno, do PT, que também é bom no ataque.
A banda de música oposicionista vai ficar, portanto, a cargo de Adib, Nelto, Roller e Luis Cesar. E o som vai ser ouvido à distância,porque todos os três peemedebistas, quando estiveram na Assembleia, seja como situação ou como oposição, no passado, souberam fazer acontecer e foram ouvidos à distância, da mesma forma como o petista. Não há porque supor que não farão o mesmo, agora, e de forma ainda mais dura e agitada.
A favor desse trio parada dura (que, como os três mosqueteiros, é formado por quatro deputados), corre a fraqueza retórica da bancada aliada, que dispõe de maioria esmagadora, mas não passa disso: um rolo compressor capaz de ganhar todas as votações, porém, pela falta de brilho político e pessoal, sem condições de fazer frente ao estrépito oposicionista.
A bancada aliada perdeu o concurso do deputado Túlio Isac, que não foi reeleito e, na Legislatura que está se encerrando, foi praticamente o grande e único advogado de defesa do Governo do Estado (em alguns momentos secundado por Talles Barreto e Júlio da Retífica, os dois, porém, burocráticos).
Uma enxurrada de nomes novos, alguns na faixa dos 20 anos de idade, conquistou mandatos por partidos governistas na Assembleia, mas nenhum com preparo ou qualquer indicação de que poderá ostentar competência na tribuna ou no plenário.
A previsão é de dias de fogo para o Governo.