O Goiás 24 Horas descobriu que duas jornalistas do primeiríssimo time da redação de O Popular esqueceram-se da ética profissional, participaram de pesquisas qualitativas contratadas pela campanha de Iris Rezende e ajudaram a definir a linha de ataque ao governador Marconi Perillo, no segundo turno.
Elas foram convidadas pelo publicitário Luiz Felipe Gabriel, dono do instituto Verus, que coordenou o marketing de Iris no primeiro turno e, mesmo dispensado dessa função no segundo turno, continuou responsável pelas pesquisas com grupos que avaliavam o impacto dos programas de eleitorais televisão até o fim da campanha.
As duas jornalistas ajudaram a interpretar as pesquisas (é certo que uma delas assistiu a sessões com os grupos) e concluíram que o eleitor goiano enxergaria Marconi como um governante “autoritário” e “ditatorial”. A partir daí, foi criado e veiculado o desenho animado do “rei mandão”, que, esperava-se, induziria a uma reação favorável a Iris e levaria à derrota de Marconi.
Não foi à toa que o jornal O Popular transformou o desenho animado em fato jornalístico. Fabiana Pulcineli, em sua coluna semanal, chegou a escrever que a peça havia se viralizado nas redes sociais, isto é, seria um “hit”, um sucesso de público.
Mas não era verdade. Para ser visualizado nas redes sociais, um vídeo precisa antes ser postado no Youtube. Lá, os acessos, mesmo através de redes com o Twitter ou o Facebook, são contatos um a um. Até hoje, os vídeos com o desenho animado do “rei mandão”, em duas versões, a primeira e a segunda (esta após a suspensão da veiculação decretada pela Justiça Eleitoral), apresentam números pífios de visualização, longe de caracterizar qualquer fenômeno viral.
Qualquer um pode consultar o Youtube. No total, são três postagens do desenho animado (duas são repetidas) que não passam de 1.330 acessos, somadas. Isso não é viralização.
Mas O Popular foi manipulado pelas duas jornalistas e vendeu a versão de que o “rei mandão” estava bombando, na tentativa de forçar a repercussão e infiltrar na campanha a visão de que a apresentação do governador Marconi Perillo como um político “autoritário” e “ditatorial” estaria convencendo o eleitor e poderia se refletir no resultado da eleição.
Mas não se refletiu porque não era verdade. Quem pensa que Marconi é “autoritário” ou “ditatorial” são as duas, não o povo goiano. Tanto que Fabiana Pulcineli, na época, tentou explicar o vídeo dizendo textualmente que ele evidenciava que o tucano tinha “dificuldades com críticas e o hábito de censurar e calar a todos que o contrariam”. Um ato falho da jornalista.
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