Em tom arrogante, a jornalista e editora-chefe Cileide Alves publica um artigo neste domingo em que santifica o jornalismo de O Popular e aproveita para comparar as críticas de “sites e blogs” a profissionais da empresa ao ataque de terroristas islâmicos contra o jornal francês Charlie Hebdo.
Cileide enxerga uma conspiração contra a imprensa livre, da qual, naturalmente, considera O Popular como o único e verdadeiro baluarte em Goiás.
Ela se esquece, quando nada, de que as manifestações populares de junho de 2013, em Goiânia, tiveram também como alvo o controle da informação pela grande mídia, muitas vezes contra os interesses da sociedade: veículos do Grupo Jaime Câmara foram depredados e houve protestos na porta do prédio do GJC, na Serrinha, que teve de ser protegido por forte aparato policial. O Popular nunca fez uma autocrítica sobre esse episódio e preferiu varrê-lo para debaixo do tapete.
No artigo deste domingo, as críticas de “sites e blogs” a profissionais de O Popular e ao próprio jornal são condenadas por Cileide Alves como “jornalismofobia” – ou seja: ela considera que os jornalistas de O Popular e o jornal seriam a encarnação ideal do jornalismo e, sendo assim superiores, não podem ser avaliados ou analisados, a não ser elogiosamente.
Em uma visão autoritária da imprensa estadual, ela, portanto, descarta que “sites e blogs” façam parte da imprensa e nega a eles o direito de apresentar a sua visão dos fatos e inclusive da cobertura que os grandes jornais, como O Popular, fazem deles.
O chororô de Cileide tem a ver com a denúncia do Goiás 24Horas de que jornalistas de O Popular participaram da campanha de Iris Rezende, mas continuaram atuando no jornal sob uma falsa imagem de isenção editorial.
É fato que a repórter política Fabiana Pulcineli acompanhou sessões de pesquisas qualitativas contratadas pelo PMDB e colaborou com a formulação da linha de ataque da campanha de Iris ao governador Marconi Perillo, no 2º turno.