A nova secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, assumiu o cargo anunciando que os resultados alcançados pela educação estadual, no Ideb (primeiro lugar no ensino médio) foram importantes para demonstrar a qualidade do ensino público em Goiás, mas que a partir de agora as prioridades serão outras.
Segundo a secretária, o Governo irá orientar a sua política educacional para a elevação do “índice de felicidade dos professores”. A declaração embute uma crítica à gestão passada, em que direitos corporativistas dos magistério estadual foram quebrados, enquanto a educação estadual dava o salto de qualidade comprovado pelo primeiro lugar no IDEB.
No entanto, em sua última edição, a revista Exame, a mais importante publicação de economia do país, abre espaço para elogiar o que chama de “choque de gestão” aplicado pelo então secretário Thiago Peixoto, que comandou a Secretaria estadual de Educação de 2011 a 2014.
A Exame cita Thiago Peixoto como um dos gestores públicos que “têm algo a ensinar” para melhorar a Educação pública no Brasil. E publica um resumo das medidas adotadas pelo então secretário, com referências favoráveis.
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Inspiração internacional
A experiência do Estado de Goiás também mostra como a capacidade de planejamento da iniciativa privada está sendo aplicada com proveito.
Desde 2011, o ensino goiano vem passando por um choque de gestão provocado pela aplicação de um plano elaborado pela consultoria Bain & Company — o trabalho custou 2 milhões de reais, bancados pelo Movimento Brasil Competitivo, ONG criada pelo empresário Jorge Gerdau, e por doações de empresas instaladas em Goiás, como a montadora Mitsubishi, a rede de concessionárias Caoa e a fabricante de alimentos Cargill.
Parte do plano foi inspirada numa experiência aplicada pela prefeitura de Nova York: o governo estadual selecionou um grupo de 300 professores de desempenho acima da média para compor uma espécie de tropa de elite. Eles passaram a ser tutores pedagógicos, cujo trabalho é ajudar outros docentes a melhorar a qualidade das aulas.
Cada tutor é responsável por até três escolas e recebe um adicional de salário de 1 500 reais pelo trabalho. Também houve incentivos para aumentar o engajamento dos professores — eles passaram a receber uma bonificação salarial caso não faltem durante o ano e cumpram tarefas geralmente negligenciadas, como a preparação de planos de aula.
A avaliação dos alunos tornou-se mais rigorosa. Com essas medidas, Goiás passou do 16o para o primeiro lugar no ranking do Ideb de 2009 a 2013. “Frequentemente, nos dávamos conta de que uma turma inteira não aprendia determinado conteúdo porque o professor não sabia ensinar”, diz Thiago Peixoto, ex-secretário de Educação de Goiás — ele assumiu em 2011 e deixou o cargo para disputar a última eleição, na qual foi eleito deputado federal.
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