Em editorial, nesta terça-feira, O Popular comenta o sangrento ataque terrorista ao semanário francês Charlie Hebdo e afirma que a maioria dos órgãos de comunicação do mundo não aprovaria a linha editorial desse veículo bem humorado, mas que, mesmo assim, o seu estilo e até mesmo os seus exageros devem ser democraticamente tolerados.
“Liberdade de expressão significa aceitar a opinião divergente”, conclui o editorial de O Popular. E, de fato, não há como discordar. Mas, dentro da própria redação do jornal, trata-se de um preceito que não é seguido à risca, principalmente pelas duas principais cabeças da equipe de jornalistas de O Popular: Cileide Alves e Fabiana Pulcineli.
Para as duas – e Cileide reafirmou essa convicção em artigo no último domingo –, qualquer crítica ou avaliação sobre o trabalho dos profissionais de O Popular é “ataque” ou “baixaria”. Ou, então, “fatos inventados”. Essa última referência diz respeito à descoberta do Goiás 24Horas de que duas jornalistas da Serrinha participaram secretamente da campanha de Iris Rezende (uma delas, Fabiana Pulcineli, acompanhou sessões de pesquisas qualitativas promovidas pelo instituto Verus, do marqueteiro peemedebista Luiz Felipe Gabriel) que buscavam levantar subsídios para definir a linha de ataque ao governador Marconi Perillo, no segundo turno. O fato configura talvez o maior apagão ético de toda a história do Grupo Jaime Câmara.
Sabe-se que os editoriais de O Popular são escritos por Hélio Rocha, que não frequenta a redação do jornal. É um jornalista que não convive com a equipe e, portanto, não compartilha das ideias e do pensamento do grupo dominante do maior jornal de Goiás (leia-se Cileide e Fabiana).
É por isso que o editorial desta terça-feira serve também como autocrítica para a condução “autoritária” e “ditatorial” de O Popular, sob o domínio das duas. Elas não toleram críticas.
“Liberdade de expressão significa aceitar a opinião divergente”. Aceitem, Cileide e Fabiana.