Tem certas coisas que só acontecem em Goiás.
Em artigo publicado nas páginas nobres de O Popular, o maior jornal de Goiás, a repórter política Fabiana Pulcineli começa com uma piada sobre galos de briga para, em seguida, analisar a mudança de postura do empresário Vanderlan Cardoso – que era oposição e agora está se aproximando do governador Marconi Perillo.
A piada transcrita pela jornalista estaria sendo contada por Vanderlan e justificaria o seu auto-engano: até hoje, teria sido um político perfeito, coerente, defensor de ideias, mas a partir de agora estaria disposto a adotar uma linha mais pragmática e ser menos “bonzinho”.
Mas atenção, leitor. A piada não é a piada. A piada é o artigo como um todo, que se baseia em uma piada para fazer uma análise que é uma piada.
Vanderlan, para começo de conversa, nunca foi um “político perfeito, coerente, defensor de ideias” como ele se apresenta e Fabiana Pulcineli corrobora. Nada disso. Vanderlan é só um empresário que saiu do nada para vencer no mundo dos negócios e quis repetir a façanha na política, mas quebrou a cara, acumulando derrotas.
Nunca foi “galo bom”. E, da mesma forma, nunca será “galo malvado”. No máximo, é um “pintinho”. E de granja. Uma boa análise sobre o patético milionário de Senador Canedo foi escrita pelo jornalista Henrique Morgantini no Jornal Opção e pode ser lida neste link.
Enquanto isso, leitor, confira a piada inacreditavelmente transformada em mote da análise de Fabiana Pulcineli:
Para participar de um campeonato de rinha, um homem foi até um criador de galo famoso por ter os melhores animais e pediu: “Gostaria de saber qual dos seus galos é o bom.”
O vendedor respondeu, indicando o galo branco. O homem compra e vai embora, todo otimista com o resultado. Na competição, o homem solta o galo e três minutos depois, ele está estirado no chão, morto.
Muito nervoso, o homem retorna ao vendedor e pergunta, indignado: “Você não falou que esse galo era bom? Pois, ele só levou bicadas, não reagiu e morreu em três minutos de briga. Quero o meu dinheiro de volta.”
O vendedor rebate: “Mas o senhor perguntou qual era o bom. Respondi corretamente, era o branco. O malvado, forte pra rinha, é o preto.”