Em declarações ao diário O Hoje, o líder do Governo na Assembleia Legislativa, José Vitti, alegou que o governador Marconi Perillo está sem defesa nos debates parlamentares porque 1) há insatisfação entre os deputados, que aguardam nomeações de afilhados e 2) ninguém está interessado em se alinhar com projetos polêmicos, que mexem com direitos de funcionários públicos.
Mas pode não ser bem assim. Como a oposição na Assembleia está ancorada em alguns deputados veteranos, com experiência de tribuna e manobras de plenário, como José Nelto, Adib Elias, Ernesto Roller e Luís César Bueno, entre outros, a reação da bancada governista deveria necessariamente partir de parlamentares preparados, com conhecimento de causa e bons de retórica. E isso, na entre os deputados da base de Marconi, é mercadoria escassa.
Poucas vezes na história da Assembleia a bancada governista foi tão fraca como atualmente, a tal ponto que a sua maior estrela é o ex-vereador Santana Gomes – incrivelmente o único deputado que consegue enfrentar a artilharia oposicionista em plenário. O resto… bem, o resto é o resto.
Nem novatos nem veteranos da bancada governista estão à altura do debate com os oposicionistas, que literalmente assumiram o comando das sessões, encurralando inclusive o presidente Hélio de Sousa – que não tem o pulso dos seus antecessores, Jardel Sebba ou Helder Valin, para controlar o andamento dos debates e impor uma pauta de votações. Em consequência, o que acontece na Assembleia é o que a oposição quer.
Com mais de 100 dias da nova Legislatura, a maior prova da fragilidade comum aos parlamentares ligados ao Governo é que não há registro de um único discurso ou sequer um reles aparte, dignos de nota, sobre qualquer assunto, que tenham vindo de um deputado governista (com a sempre honrosa exceção de Santana Gomes). O fiasco é geral – e o maior prejudicado é o governador Marconi Perillo, que não é defendido no plenário pela sua suposta base.
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