O painel do grupo de design Bicicleta sem Freio, que foi pintado em uma das paredes do prédio principal do Centro Oscar Niemeyer para ali ficar por 30 dias e agora pode ser eternizado no local, compromete um conjunto arquitetônico, que, na sua globalidade, é uma obra de arte do arquiteto Oscar Niemeyer – um dos maiores do mundo.
Cada parede, cada detalhe do Centro Cultural foi projetado para ser exatamente como é. Se se trata de uma parede branca, ela não é aleatória ou sem importância ou aconteceu por acaso, mas foi prevista por Niemeyer para ser daquele jeito exato. É por isso que, no mundo todo, não se tem notícias de alterações no visual das obras projetadas pelo arquiteto – que permanecem tal como foram concebidas.
Uma “alteração” por um tempo determinado, em princípio, que pode ser removida com facilidade – caso original do painel do Bicicleta sem Freio – é até admissível. Em 2013, em uma comemoração do Dia Internacional da Terra, o Governo do Estado cobriu a bacia invertida do Centro Cultural com uma projeção multimídia representando o planeta – que, é claro, não envolveu nenhuma intervenção física, mas não deixa de ter o mesmo sentido com que o painel deve ser encarado, isto é, um acréscimo temporário (como, aliás, foi imaginado).
A discussão sobre a permanência do painel, para sempre, é portanto bizantina e só teria sentido se Oscar Niemeyer estivesse vivo, para ser consultado – mas alguém duvida que ele responderia com um incisivo… não?
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