Ainda que o secretário municipal de Comunicação, Edmilson Santos, diga no Twitter que continua “sólida” a relação entre PT e PMDB em Goiânia, o fato é que o casamento entre os dois partidos nunca esteve tão estremecido. Prova disso é a reportagem publicada na página 9 do jornal O Popular desta terça-feira em que o prefeito Paulo Garcia (PT) diz “estranhar” o comportamento do vice-prefeito Agenor Mariano (PMDB).
O pano de fundo para troca de farpas em público é o abastecimento de água em Goiânia. Agenor não concorda com a decisão de Paulo Garcia de negociar a participação da prefeitura no corpo de diretores da Saneago – empresa cuja clientela é formada, em sua maioria, por moradores da Capital. Agenor também não acha correto que o prefeito concorde com o reajuste de 16,07% na conta de água, proposto pelo Governo do Estado.
Na opinião do vice-prefeito e do PMDB, o comportamento mais adequado seria avançar na proposta de criação de uma Agência de Abastecimento Municipal, conforme ele próprio já havia sugerido quando a discussão começou, em 2013.
Sob a alegação de que “não consegue contato com Paulo Garcia há dias”, Agenor acompanhou deputados estaduais do seu partido (e o vereador Denício Trindade) em uma visita ao Ministério Público nesta segunda-feira. Em mãos, levaram um requerimento que pede ao MP que investigue a razoabilidade do reajuste de 16,07% na tarifa e o entregaram ao promotor Fernando Krebs.
Este requerimento leva, na essência, o desejo do PMDB de radicalizar o debate e de criar um álibi para romper com o PT antes das eleições municipais do ano que vem.
Ainda que não o digam, Iris Rezende e sua turma querem distância de Paulo Garcia.
O prefeito afirma, na reportagem do O Popular, que é mentirosa a afirmação do vice-prefeito de que não consegue falar com ele. “Ele entra na sala que quiser sem ser anunciado”.
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