Condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás por improbidade administrativa, o prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, foi alcançado pela Lei da Ficha Limpa e estará inelegível pelos próximos oito anos.
O episódio, bem como a resposta atabalhoada que Maguito deu ao noticiário sobre a sua condenação, mostra mais uma vez o nível baixo de assessoramento dos prefeitos municipais goianos e o estilo inconsequente com que tocam as suas administrações.
O caso de Maguito é revelador porque evidencia que ele foi malo orientado tanto como gestor público quanto como pessoa física. O peemedebista, que é advogado, caiu na lorota do procurador jurídico da Prefeitura, que assegurou – e ele acreditou – ser lícito contratar com um funcionário da municipalidade aparecidense.
Maguito foi condenado por ter autorizado a celebração de um contrato de aluguel entre a Prefeitura de Aparecida e o próprio procurador jurídico que garantiu não haver ilegalidade onde, de cara, já era possível notar uma imoralidade muito grande.
Mas o pior é que, uma vez denunciado pelo Ministério Público, Maguito foi leniente com a sua própria defesa. Tendo sido afastado do processo pela decisão de 1ª instância, julgou-se absolvido em definitivo e descuidou-se do julgamento em 2º grau – em que o Tribunal de Justiça o chamou de volta à responsabilidade e o sentenciou a pagar uma multa de R$ 5 mil reais pelo descaso em relação ao patrimônio público de Aparecida.
Ao ser condenado por um colegiado de três desembargadores (a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça), Maguito acabou atingido em cheio pela inelegibilidade de oito anos prevista pela Lei da Ficha limpa para políticos nessa condição, independentemente de recurso – a punição não é suspensa enquanto se recorre e só desaparecesse o recurso foi decidido a favor e transitar em julgado, o que, pela celeridade do Poder Judiciário no Brasil, pode e deve demorar anos.
Um desastre sem tamanho, enfim. E produzido, em grande parte, pela negligência e imprudência de Maguito.